2020/03/15

Servir a Deus e a Mamon




Santo André Expansão Evangelizadora do Lar 



Evangelho no Lar para 15/03/ 2020 com início às 21 horas

Estimadas irmãs e irmãos em Cristo.

Capítulo XVI - Servir a Deus e a Mamon

  • Desprendimento dos Bens Terrenos

Prece Inicial

Iluminação

Senhor se no mundo que me cerca eu não puder enxugar uma lágrima
Não conseguir dizer uma palavra de conforto fazer alguém sorrir de verdade
O Deus se eu não souber ser justo humilde atencioso e promotor da esperança na
terra
Se não puder lutar contra as injustiças,agir com dignidade
Deixar de me irritar com as pequenas coisas
Compreender que os outros também têm suas limitações
Senhor se eu não souber aceitar a tua vontade acima da minha própria vontade
Então, não permita que eu condene as guerras e ore pela paz
Não aceita a oferta que eu te oferecer. Nem escute os meus constantes pedidos de
socorro. Mas quando vier te pedir perdão.
Oh Deus, perdoa-me por inteiro e lava meu coração no sangue da nova e eterna
aliança contigo por meio de Jesus teu filho amado. Ilumina a minha inteligência
e a minha vontade, para que eu possa viver na tua presença todas as horas do dia e todos os dias da vida.
Amem em Jesus


3. Leitura do Evangelho

Desprendimento dos Bens Terrenos
Lacordaire
Constantina, Argélia, 1863
14. Venho, meus irmãos, meus amigos, trazer-vos meu humilde auxílio, para ajudar-vos a marchar corajosamente na vida de aperfeiçoamento em que entrastes. Somos devedores uns dos outros, e somente por uma união sincera e fraternal, entre os Espíritos e os encarnados, a regeneração será possível.
Vosso apego aos bens terrenos é um dos mais fortes entraves ao vosso adiantamento moral e espiritual. Em virtude desse desejo de aquisição, destruís as vossas faculdades afetivas, voltando-as inteiramente para as coisas materiais. Sede sinceros: a fortuna proporciona uma felicidade sem manchas? Quando os vossos cofres estão cheios, não há sempre um vazio em vossos corações? No fundo dessa cesta de flores, não há sempre um réptil oculto? Compreendo que um homem que conquistou a fortuna, por um trabalho constante e honrado, experimente por isso uma satisfação, aliás muito justa. Mas, dessa satisfação, muito natural e que Deus aprova, a um apego que absorve os demais sentimentos e paralisa os impulsos do coração, há um distância igual e que vai da sórdida avareza à prodigalidade exagerada, dois vícios entre os quais Deus colocou a caridade, santa e salutar virtude, que ensina o rico a dar sem ostentação, para que o pobre receba sem humilhação.
Que a fortuna provenha da vossa família, ou que a tenhais ganho pelo vosso trabalho, há uma coisa que jamais deveis esquecer: é que tudo vem de Deus, e tudo a Deus retorna. Nada vos pertence na Terra, nem sequer o vosso corpo: a morte vos despoja dele, como de todos os bens materiais. Sois depositários e não proprietários. Não vos enganeis sobre isto. Deus vos emprestou e tereis que restituir, mas ele vos empresta sob a condição de que, pelo menos o supérfluo, reverta para aqueles que não possuem o necessário.
Um dos vossos amigos vos empresta uma soma. Por menos honesto que sejais, tereis o escrúpulo de pagá-la, e lhe ficareis agradecido. Pois bem: eis a posição de todo homem rico! Deus é o amigo celeste que lhe emprestou a riqueza, não lhe pedindo mais do que o amor e o reconhecimento, mas exigindo, por sua vez, que o rico dê aos pobres, que são também seus filhos, tanto quanto ele.
O bem que Deus vos confiou excita em vossos corações uma ardente e desvairada cobiça. Já refletistes, quando vos apegais loucamente a uma fortuna perecível, e tão passageira como vós mesmos, que um dia tereis de prestar contas ao Senhor daquilo que ele vos concedeu? Esqueceis que, pela riqueza, fostes investidos na sagrada condição de ministros da caridade na Terra, para serdes os seus dispensadores inteligentes? O que sereis, pois, quando usais somente em vosso proveito o que vos foi confiado, senão depositários infiéis? Que resulta desse esquecimento voluntário dos vossos deveres? A morte inflexível, inexorável, virá rasgar o véu sob o qual vos escondeis, forçando-vos a prestar contas ao amigo que vos favoreceu, e que nesse momento reveste aos vossos olhos a toga de juiz.
É em vão que procurais iludir-vos na vida terrena, colorindo com o nome de virtude o que freqüentemente é apenas egoísmo. É em vão que chamais economia e previdência aquilo que é simples cupidez e avareza, ou generosidade o que não passa de prodigalidade a vosso proveito. Um pai de família, por exemplo, deixando de fazer a caridade, economizará, amontoará ouro sobre ouro, e tudo isso, diz ele, para deixar a seus filhos o máximo de bens possível, evitando-lhes a queda na miséria. É bastante justo e bem paternal, convenhamos, e não se pode censurá-lo. Mas será sempre esse o único objetivo que o orienta? Não é antes, e o mais das vezes, uma desculpa para a própria consciência, a fim de justificar aos seus próprios olhos e aos olhos do mundo o seu apego pessoal aos bens terrenos? Não obstante, admito que o amor paterno seja o seu único móvel: será esse um motivo para fazê-lo esquecer dos seus irmãos perante Deus? Quando ele mesmo já vive no supérfluo, deixará os seus filhos na miséria, simplesmente por deixar-lhes um pouco menos desse supérfluo? Com isso, não estará lhes dando uma lição de egoísmo, que lhes endurecerá o coração? Não será asfixiar neles o amor do próximo? Pais e mães, estais num grande erro, se acreditais que com isso aumentais o afeto de vossos filhos por vós: ensinando-lhes a ser egoístas para com os outros, ensinai-lhes a sê-lo para vós mesmos.
Quando um homem trabalhou bastante, e com o suor do seu rosto acumulou bens, costuma dizer que o dinheiro ganho a gente sabe quanto custou: nada é mais verdadeiro. Pois bem: que esse homem, confessando conhecer todo o valor do dinheiro, faça a caridade segundo as suas posses, e terá mais mérito do que outro que, nascido na abundância, ignora as rudes fadigas do trabalho. Mas, se esse homem que recorda suas penas, seus esforços, se fizer egoísta, duro para com os pobres, será muito mais culpado que os outros. Porque, quanto mais conhecemos por nós mesmos as dores ocultas da miséria, mais devemos interessar-nos pelo socorro aos outros.
Infelizmente, o homem de posses carrega sempre consigo outro sentimento, tão forte como o apego à fortuna: é o orgulho. Não é raro ver-se o novo rico aturdir o infeliz que lhe pede assistência, com a história dos seus trabalhos e das suas habilidades, em vez de ajudá-lo, e terminar por dizer: "Faça como eu fiz!" Segundo ele, a bondade de Deus não influiu em nada na sua fortuna; somente a ele cabe o mérito. Seu orgulho põe-lhe uma venda nos olhos e um tampão nos ouvidos. Não compreende que, com toda a sua inteligência e sua capacidade, Deus pode derrubá-lo com uma só palavra.
Esperdiçar a fortuna não é desapegar-se dos bens terrenos, é descuido e indiferença. O homem, como depositário dos bens que possui, não tem o direito de dilapidá-los ou de confiscá-los para o seu proveito. A prodigalidade não é generosidade, mas quase sempre uma forma de egoísmo. Aquele que joga ouro a mancheias na satisfação de uma fantasia, não dará um centavo para prestar um auxílio. O desapego dos bens terrenos consiste em considerar a fortuna no seu justo valor, em saber servir-se dela para os outros e não apenas para si mesmo, a não sacrificar por ela os interesses da vida futura, em perdê-la sem reclamar, se aprouver a Deus retirá-la. Se, por imprevistos revezes, vos tornardes como Jô, dizei como ele: "Senhor, vós me destes, vós me tirastes; que a Vossa vontade seja feita." Eis o verdadeiro desprendimento. Sede submissos desde logo, tendo fé naquele que, assim como vos deu e tirou, pode devolver-vos. Resisti corajosamente ao abatimento, ao desespero, que paralisaria as vossas forças. Nunca vos esqueçais, quan do Deus vos desferir um golpe, que ao lado da maior prova ele coloca sempre uma consolação. Mas pensai, sobretudo, que há bens infinitamente mais preciosos que os da Terra, e esse pensamento vos ajudará a desprender-vos deles. Quanto menos apreço damos a uma coisa, somos menos sensíveis à sua perda. O homem que se apega aos bens terrenos é como a criança que só vê o momento presente; o que se desprende é como o adulto, que conhece coisas mais importantes, porque compreende estas palavras proféticas do Salvador: meu reino não é deste mundo.
O Senhor não ordena que atiremos fora o que possuímos, para nos tornarmos mendigos voluntários, porque então nos transformaríamos numa carga para a sociedade. Agir dessa maneira seria comprender mal os desprendimentos dos bens terrenos. É um egoísmo de outra espécie, porque equivale a fugir à responsabilidade que a fortuna faz pesar sobre aquele que a possui. Deus a dá a quem lhe parece bom para administrá-la em proveito de todos. O rico tem, portanto, uma missão, que pode tornar bela e proveitosa para si mesmo. Rejeitar a fortuna, quando Deus vô-la dá, é renunciar aos benefícios do bem que se pode fazer, ao administrá-la com sabedoria. Saber passar sem ela, quando não a temos; saber empregá-la utilmente, quando a recebemos; saber sacrificá-la, quando necessário; isto é agir segundo os desígnios do Senhor. Que diga, portanto, aquele que recebe o que o mundo chama uma boa fortuna: "Meu Deus, enviastes-me um novo encargo; dai-me a força de o desempenhar segundo a vossa vontade!"
Eis, meus amigos, o que eu queria ensinar-vos, a respeito do desprendimento dos bens terrenos. Resumirei dizendo: aprendei a contentar-vos com pouco. Se sois pobres, não invejeis os ricos, porque a fortuna não é necessária à felicidade. Se sois ricos, não esqueçais de que os vossos bens vos foram confiados, e que deveis justificar o seu emprego, como numa prestação de contas de tutela. Não sejais depositários infiéis, fazendo-os servir à satisfação do vosso orgulho e da vossa sensualidade. Não vos julgueis no direito de dispor deles unicamente para vós, pois não os recebestes como doação, mas como empréstimo. Se não sabeis pagar, não tendes o direito de pedir, e lembrai-vos de que dar aos pobres é saldar a dívida contraída para com Deus.
15. O princípio segundo o qual o homem é apenas o depositário da fortuna, de que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira-lhe o direito de transmiti-la aos descendentes?
São Luís
Paris, 1860
O homem pode perfeitamente transmitir, ao morrer, os bens de que gozou durante a vida, porque a execução desse direito está sempre subordinada à vontade de Deus, que pode, quando o quiser, impedir que os descendentes venham a gozá-los. É por isso que vemos ruírem fortunas que pareciam solidamente estabelecidas. A vontade do homem, de conservar a sua fortuna na linha de sua descendência, é portanto impotente. Mas isso não lhe tira o direito de transmitir o empréstimo recebido, desde que Deus o retirará quando julgar conveniente.
Comentário

A justiça social, Platão e O Livro dos Espíritos 

1. À medida que o progresso ensejou a lenta e penosa evolução da humanidade, evoluiu também seu ideal de justiça e sua esperança na construção de uma sociedade realmente justa. No entanto, as tentativas nesse sentido esbarraram, em todas as épocas, no insuperável óbice resultante da própria imperfeição humana, sobretudo o que diz respeito ao seu egoísmo inato. Essa característica levou Thomas Hobbes a sustentar que os valores morais nada mais eram do que manifestações desse mesmo egoísmo: “O bem e o mal são apenas o que agrada ou o que ofende o instinto de conservação e os interesses do indivíduo”. “A sociedade se submete ao Estado, qual novo Leviatã e o homem é o lobo do homem.” (A respeito, Guido de Ruggiero,BREVE HISTÓRIA DA FILOSOFIA, Coimbra Editora Ltda., Coimbra, 1.965, p. 261.) Isso implica o predomínio do instinto e da animalidade ainda vigentes, tanto do ponto de vista individual como do social, e uma mínima preocupação com o espiritual, muitas vezes confundido com as superstições e crendices populares. Tal estado de coisas propiciou o surgimento do materialismo exacerbado do final do século XVIII e que hoje vige, soberano e paradoxalmente, não apenas nos países do primeiro mundo, mas também naqueles que começam a despontar entre as demais nações, a exemplo do Brasil. Em face disso, nenhum sistema político ou filosófico logrou equacionar o sempre crescente problema das injustiças sociais. É induvidoso que, sob esse particular aspecto, o progresso material alcançado por determinados países não pode ser aceito e definido como sinônimo de uma sociedade mais solidária, mais fraterna e mais justa, principalmente em face da dolorosa verdade a respeito da forma como quase sempre esse progresso é alcançado, em detrimento e prejuízo de milhares de seres humanos.  
2. Essa situação é, não obstante, a contingência natural da condição evolutiva da Terra, como planeta de expiação e de provas. Não é irreversível nem irretratável, porquanto poderá ser modificada para melhor, na mesma proporção em que o homem se modificar e promover, mediante seus próprios esforços, sua melhoria interior. Implicará a renovação psíquica da humanidade, que terá, inevitavelmente, que rever e repensar os seus valores morais. O esforço nesse sentido, de que aos poucos ela vai tomando consciência, permitirá a substituição do egoísmo, como alavanca propulsora do comportamento humano, pelos sentimentos de fraternidade, solidariedade e compaixão, independentemente de nacionalidade, filiação religiosa ou posição social. Iniludivelmente, o Espiritismo, apesar de sua curta existência de 154 anos – tomando-se como ponto de referência a publicação de O LIVRO DOS ESPÍRITOS –, poderá desempenhar um papel de alta relevância, pois ele, como destacou Kardec, “não tem nacionalidade e não faz parte de nenhum culto existente; nenhuma classe social o impõe, visto que ele pode conduzir todos os homens à fraternidade. Se não se mantivesse em terreno neutro, alimentaria as dissensões, em vez de apaziguá-las”. (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Introdução, Ed. FEB, Rio, 1.944, p. 29.)   
As questões sociais não têm recebido o cuidado 
que merecem 
3. Fala-se muito, na atualidade, em “Nova Era” ou “Era do Espírito”. O testemunho da história é eloquente no sentido de demonstrar que até 1857, quando veio à luz a primeira edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, muito pouco se cogitava do lado espiritual do homem, e o binômio espírito-matéria, dentro do qual deveriam ser vistos, examinados e equacionados todos os problemas humanos, ainda era tido à conta de bruxaria, de obra do demônio ou de artes dos alquimistas. A reação em cadeia provocada pela divulgação das primeiras obras da codificação constituiu um eloquente atestado de que os ideais que continham incomodavam e punham em perigo o status quo das classes dominantes, do ponto de vista intelectual, político ou religioso, uma vez que, consciente ou inconscientemente, tais segmentos da sociedade sentiram que era chegada a hora de profundas modificações na velha e carcomida civilização ocidental.  E, a toda evidência, tais modificações não lhes interessavam, como de resto ainda não lhes interessam.   
4. As questões sociais – que hoje não se restringem apenas às relações de indivíduo para indivíduo, ou de nação para nação, mas que clamam também por um consciente, respeitoso e amoroso relacionamento de toda a humanidade com a natureza, a fim de se salvar, enquanto é tempo, a “mãe-terra” – não têm merecido dela, Humanidade, o cuidado indispensável. Alguns Espíritos mais esclarecidos que aqui reencarnaram, antes e depois de Jesus, fugiram dessa regra geral marcada pelo comodismo e pelo egoísmo. Todavia, não foram compreendidos e acabaram rejeitados por seus contemporâneos, a exemplo do que aconteceu com Sócrates, uma das grandes vítimas da indigência espiritual do ser humano.  Platão, um dos precursores do Cristianismo, revelou, em A REPÚBLICA, sua preocupação com o tema, formulando alguns postulados que entendia indispensáveis à criação de uma sociedade ideal. Suas ideias eram muito superiores àquelas propostas mais tarde, por exemplo, pelo marxismo, pelo socialismo ou pelo capitalismo, porquanto destituídas do materialismo de que estes se acham impregnados. Começava por questionar aquilo a que chamou de um problema ético: “Como seria possível a instauração da justiça? A justiça só existiria numa organização social justa: o Estado justo. Logo, a justiça consistiria num problema político”.Segue-se a indagação sobre o problema político: “Como obter o Estado justo? O Estado justo seria aquele governado por estadistas justos ou pelos mais capazes”. Daí resultaria um terceiro problema, de ordem psicológica, uma vez que implicaria a resposta à pergunta: “Mas quais seriam os governantes mais justos e capazes?” Na solução dessa pergunta encontra-se um conteúdo eminentemente cristão e uma sintonia muito grande com o ensino dos Espíritos: “O problema humano é anterior ao político. Os Estados dependem dos homens que o compõem. Melhorar os homens é melhorar os Estados. Reformas sociais não melhoram os homens. Conclusão: é preciso estudar antes o homem (problema psicológico). Os homens se classificam em três classes principais: os produtores, nos quais predomina a alma concupiscente, de apetites, impulsos e instintos; os militares, dominados pela alma irascível, de coragem, entusiasmo e emoção; os guardiães, sábios ou reis-filósofos que se afirmam pela razão, a meditação, o desprendimento pelos bens materiais e o desejo de saber. A função dos homens do primeiro tipo é a produção; a do segundo tipo é a proteção, e a função dos do terceiro é o governo. Conclusão: a justiça só pode ser conseguida se o Estado for dirigido pelos sábios ou reis-filósofos”. (Ney Lobo, ESTUDOS DE FILOSOFIA SOCIAL ESPÍRITA, Ed. FEB, Rio, 1.991, pp. 25 e 26.)   
Platão e Sócrates são considerados precursores
do Espiritismo 
A educação – uma das metas principais do Espiritismo – seria o instrumento básico para a formação do estadista justo ou do rei-filósofo: “Após 20 anos de educação, desde o nascimento e a cargo do Estado, todos são submetidos a provas. Os reprovados vão para a produção. Os aprovados continuam a educação. Após um segundo estágio de 10 anos, os reprovados vão para a proteção como militares e os aprovados continuam. Após um terceiro estágio de cinco anos, no qual aprenderão a Doutrina das Ideias, passarão ao 4º estágio, de 15 anos de prática em contato com o mundo real e, ao fim do qual, já com 50 anos de idade, são considerados aptos para governar”. (Ney Lobo, op. cit, p. 26.) 
5. Conquanto não se possa negar o caráter idealístico ou utópico do Estado Platônico, ele contém verdades que, mais tarde, vieram a ser confirmadas pelos Espíritos, na Parte Terceira de O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Não foi, pois, sem razão que Kardec atribui a Platão, juntamente com Sócrates, a condição de precursores do Espiritismo. Ambos consideravam a reencarnação como fato natural, pregavam a distinção entre o princípio inteligente (alma ou Espírito) e o princípio material, a supremacia daquele sobre este e a responsabilidade do homem pelos seus próprios erros. Além disso, reconheciam que a justiça, reveladora da caridade na sua acepção mais autêntica, era o fator primordial para uma convivência fraterna entre os integrantes da sociedade, adiantando-se aos próprios ensinamentos de Jesus: “Nunca se deve retribuir com outra injustiça, nem fazer mal a ninguém, seja qual for o dano que nos hajam causado. Poucos, no entanto, serão os que admitam esse princípio, e os que se desentenderem a tal respeito nada mais farão, sem dúvida, do que se votarem uns aos outros mútuo desprezo”. (Op. cit., “Resumo da doutrina de Sócrates e Platão”, nº. XII.)
Esses princípios coincidem com alguns dos chamados Princípios Básicos do Espiritismo, que estão desenvolvidos ao longo de toda a Codificação e que se acham sintetizados, a exemplo do que se verifica numa Constituição, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
A construção filosófica platônica – na qual se inclui o seu Estado ideal – teve como alicerce, guardadas as devidas proporções, os mesmos princípios ou pressupostos que, mais tarde, os Espíritos Superiores ditaram à Humanidade, como diretrizes gerais para o seu progresso espiritual e, consequentemente, para o seu aperfeiçoamento moral, dentro da escalada natural de todo Espírito, que vai da simplicidade e da ignorância à perfeição.
Em A REPÚBLICA, Platão afirma que o fundamento de uma sociedade fraterna é a instauração da justiça. Não a justiça das aparências e dos rituais solenes e formais, mas a que se situa acima dos convencionalismos humanos, como Jesus adverte no Sermão do Monte: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no reino dos céus”. (Mateus, 5: 20.)    
O sentimento de justiça está implícito em 
a Natureza
6. Trata-se de um encargo que, do ponto de vista jurídico, continua encontrando obstáculos de difícil transposição, porquanto os homens, ainda hoje, não se entendem a respeito dos conceitos de Justiça e de Direito, que, como sempre ocorreu em todas as fases da história, continua sendo elaborado ao sabor dos interesses individuais ou de determinados grupos. O assunto se coloca, porém, fora dos objetivos destas considerações, uma vez que se trata de matéria específica da área da Filosofia do Direito, e seria de todo inócuo um ingresso pelos sinuosos labirintos das discussões doutrinárias existentes a respeito. O que importa, no caso, é a lembrança acerca da postura de Platão em face do tema, tendo em vista a proximidade de seu pensamento com o dos Espíritos. A justiça, na sua acepção, da mesma forma do que se observa entre os autênticos cristãos, somente pode ser entendida dentro de uma visão universalista e que se revela indispensável à vida individual e social. Giorgio Del Vecchio (A JUSTIÇA, tradução portuguesa de Antônio Pinto de Carvalho, Ed. Saraiva. São Paulo, 1960, p. 18) refere-se ao assunto dizendo: “Platão pretende elevar a justiça à categoria de princípio regulador da vida individual e social toda quanta, (sic) descura ou rejeita todas as concepções tendentes a conferir-lhe função específica ou particular esfera de aplicação”. Ainda segundo o mesmo autor (op. cit., p. 18), ele repõe a essência da justiça na “atuação do próprio dever”. Ora, o dever, como algo que deve ser feito ou evitado em benefício do próximo e da coletividade, está impresso na consciência do homem e se identifica com o sentimento natural de justiça que todos possuímos. 
A questão 873 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS esclarece que esse sentimento de justiça “está de tal modo em a natureza, que vos revoltais à simples ideia de uma injustiça. É fora de dúvida que o progresso moral desenvolve esse sentimento, mas não o dá. Deus o pôs no coração do homem. Daí vem que, frequentemente, em homens simples e incultos se vos deparam noções mais exatas da justiça do que nos que possuem grande cabedal de saber”. 
7. Ao tratar da sociedade justa, que ele chama de a cidade justa, Platão, embora reconhecendo a dificuldade para se chegar a uma definição exata de justiça, acredita que ela, como virtude, é comum ao homem e à cidade: “Na cidade, ela se encontra, de alguma forma, inscrita em caracteres maiores e, por conseguinte, mais fáceis de decifrar. É aí, pois, que convém estudá-la primeiro; cumpre em seguida aplicar os resultados à alma humana e, sendo necessário, completá-los ou modificá-los”. (Veja Robert Bacou, A REPÚBLICA, Introdução, Difusão Europeia do Livro, São Paulo, 1.973, 1º. Vol., p. 21.)   
No capítulo VIII da Parte Terceira de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, sob o título “Da Lei do Progresso”, a Espiritualidade, não obstante a diversidade da linguagem, refere-se à responsabilidade individual e coletiva e das consequências que a observância, ou não, de sua regras pode acarretar para os homens e para os povos.
A questão 875, por sua vez, mostra a importância da justiça como atributo absolutamente necessário a uma sociedade realmente justa, como se espera que seja a da nova era que se aproxima: “A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais”.  
No mundo em que vivemos o legal nem sempre 
é o justo 
A ideia de justiça predominante nas culturas mais antigas, entendida como uma forma de “fazer o bem aos amigos, e o mal aos inimigos” (Giorgio Del Vecchio, op. cit., p. 18) não foi apenas repudiada por Jesus (Mateus, 5:43 a 46), mas já merecia a censura de Platão, que não concordava expressamente com ela. Respeitar o direito dos demais é um dever de todos, e nenhuma importância pode ter, para o pleno cumprimento desse dever, a condição de amigo ou de inimigo do titular do direito. Isso Jesus proscreveu no mais perfeito pronunciamento ético-jurídico de que se tem notícia na face da Terra, o Sermão da Montanha; isso Platão condenou cerca de trezentos e cinquenta anos antes do Mestre; isso os Espíritos ensinaram, principalmente quando cuidaram da perfeição da Justiça Divina e de sua lei, “a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta”. (Op. cit., q. 614.)      
8. É incontestável a fragilidade do Direito criado pelo homem, apesar de sua teórica condição de instrumento para a realização da Justiça. Por ser obra do homem, sujeita-se às vicissitudes, aos erros, falhas e omissões que toda realização humana contém. Daí a razão por que ele segue, inúmeras vezes, caminho diametralmente oposto àquele que deveria percorrer e conduz a resultados de manifesta e incontestável injustiça. O legal nem sempre se identifica com o justo, uma vez que o Direito somente se define como justo quando equivale à Lei Natural, nos termos do enfoque dado pelos Espíritos na citada questão 614.  Transcende a todas as especulações e criações de natureza política, social ou jurídica, está inscrita na consciência de cada homem, e embora todos possam conhecê-la, nem todos a compreendem: “Os homens de bem e os que se decidem a investigá-la são os que melhor a compreendem. Todos, entretanto, a compreenderão um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efetue”. (Op. cit., questões 621 e 619, respectivamente.)
Os homens que se decidem a investigá-la e a aplicá-la, tanto no que se refere à vida particular de cada um, quanto no que diz respeito à sua vivência na comunidade a que pertencem, são aqueles que se enquadrariam entre os estadistas justos ou mais capazes, referidos por Platão. A eles caberia governar o Estado, uma vez que se situariam entre os reis-filósofos ou sábios, posição a que chegariam pelo único caminho realmente capaz de elevar e de propiciar a elevação moral do ser humano: o caminho da educação.
Esses homens teriam alcançado o patamar em que se situa o homem de bem,o que implica o seu progresso real e a elevação de seu Espírito na hierarquia espírita. Segundo a questão 918, “O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual”. Em comentários a essa resposta, o Codificador realçou: “Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Se interroga a própria consciência sobre os atos que praticou, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim, se fez aos outros o que desejara que lhe fizessem”. 
A sociedade do terceiro milênio foi vislumbrada 
por Platão 
8. Ao cogitar da necessidade da vida social, os Espíritos firmaram como pressupostos fundamentais da evolução humana a destinação do homem para viver em sociedade (questão 766), a agressão à lei da natureza que significa o insulamento absoluto, por concorrer inclusive para o entrave do progresso (questão 767), e a absoluta necessidade da convivência entre os homens, como única forma capaz de ensejar o desenvolvimento de suas faculdades (questão 768).
Utopia de lado, a nova sociedade do terceiro milênio foi vislumbrada pelo filósofo grego nos seguintes termos: “A cidade perfeita possui as quatro virtudes por excelência: sabedoria, coragem, temperança e justiça. A sabedoria ou bom conselho para a preservação da cidade reside nos magistrados; a coragem, opinião reta e disciplina sobre o que se deve temer ou não, pertence aos guerreiros; a temperança, harmonia e sinfonia voluntária entre as partes superior e inferior da alma, só pode ser na alma coletiva ou na cidade, um mútuo e total acordo entre os governantes e os governados. O resto é justiça. Portanto, o princípio essencial da República – cada um deve permanecer no seu lugar e cumprir a missão para que nasceu. É este o princípio que rege todas as outras virtudes, que mantém o governante no seu posto de vanguarda, o soldado na luta, o sapateiro na sovela – como mercenário, auxiliar ou guarda, se cada um ocupar o seu posto e cumprir seu dever, a justiça estará realizada na cidade”.  (Robert Baccou, op. cit. Apresentação.)   
A evolução do planeta, que o transformará em mundo de regeneração, com a predominância do bem sobre o mal, exclui a necessidade dos guerreiros na acepção primitiva e comum da palavra, mesmo porque a guerra desaparecerá da face da Terra, “quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos”. (Op. cit., questão 743.)  Mas o próprio Platão anteviu essa situação, classificando-os como os portadores de coragem, opinião reta e disciplina, diante das situações mais difíceis e que exigem do homem essas três qualidades. A Terra ainda irá conviver com essas situações, embora em escala bem menor do que aquela que se observa atualmente, durante o período em que, progressivamente, será operada a sua mudança e a sua elevação na hierarquia dos mundos.
Na verdade, tudo o que o grande pensador da antiguidade ensinou e propôs foi devidamente retomado pelo bom senso e genialidade de Kardec, enquadrado pelos Espíritos sob a ótica evangélica e resumido pelo Codificador, ao dizer que a missão do Espiritismo é fazer com que todos os homens se unam em torno da bandeira da fraternidade! 


Vibrações

Senhor ilumina todos os lares, hospitais, Hospícios, cadeias e todo Universo de
necessitados
Pai celestial, que habitais o meu interior, impregna com a Tua Luz vital cada
célula de meu corpo, expulsando todos os males, pois estes não fazem parte de
meu ser. Na minha verdadeira realidade, como filho de Deus perfeito que sou, não
existe doença; por isso que se afaste de mim todo o mal, todos os bacilos,
micróbios, vírus, bactérias e vermes nocivos, para que a perfeição se expresse
no meu corpo, que é templo de Divindade.
Pai teu Divino filho Jesus disse: pedi e recebereis, porque todo aquele que pede
recebe, portanto, tenho absoluta certeza de que a minha oração da cura já é a
própria cura. Para mim agora, só existe esta verdade: a cura total. Mesmo que a
imagem do mal permaneça por algum tempo no meu corpo, só existe em mim agora a
imagem mental da cura e a verdade da minha saúde perfeita.
Todas as energias curadoras existentes em mim estão atuando intensamente, como
um exército poderoso e irresistível, visando os inimigos, fortalecendo as
posições enfraquecidas, reconstruindo as partes demolidas, regenerando todo o
meu corpo.
Sei que é o poder de Deus agindo em mim e realizando o milagre maravilhoso da
cura perfeita.
Esta é a minha verdade mental. Esta portanto é a verdade do meu corpo.
Agradeço-te, oh! pai, porque Tu ouvistes a minha oração.
Dou-te graças, com toda alegria e com todas as forças interiores porque tua
vontade de perfeição e saúde aconteceram em mim, em resposta ao meu pedido.Assim é e assim será.
Um fraternal abraço, e a nossa vibração com a certeza de que a Paz se fará em
seu mundo íntimo.

Prece de Encerramento

Deus eterna Bondade


"Deus de eterna bondade, em prece de louvor entrego-te minha alma,
sê bendito meu pai em todos os recursos, ferramentas, processos e medidas dos quais te utilizasses à fim de que eu perceba que tudo devo à ti.
Agradeço-te pois o tesouro da vida, 
a presença do amor, 
a constância do tempo,
o sustento da fé,
o calor da esperança que me acena o porvir, 
o santo privilégio de servir,
o pensamento reto que me faz discernir o que é mau e o que é bem, na clara obrigação de nunca desprezar ou de ferir alguém ...
Agradeço-te ainda, a visão das estrelas à esmaltarem de glória o lar celeste,
as flores do caminho, 
os braços que me amparam e os gestos de carinho dos corações queridos que me deste. 
Por tudo te agradeço e QUANDO te aprouver despojar-me dos bens com que me exaltas ... ensina-me senhor à devolver tudo o que me emprestas-te ...
Mas por piedade ó pai , deixa-me em tudo por apoio e dever , a benção de ACEITAR e o dom de COMPREENDER. " - 

Momento da Fluidificação das águas (bênçãos).

Santo André Expansão Evangelizadora do Lar
A Europa e o Mundo.
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