2023/03/19

Autoridade da Doutrina Espirita

 

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Evangelho no Lar para   19/03/ 2023 com início às 21 horas

Autoridade da Doutrina Espirita

INTRODUÇÃO- ITEM II - Controle Universal do Ensino dos Espíritos



Prece Inicial


Iluminação


Senhor se no mundo que me cerca eu não puder enxugar uma lágrima

Não conseguir dizer uma palavra de conforto fazer alguém sorrir de verdade

O Deus se eu não souber ser justo humilde atencioso e promotor da esperança na

terra.

Se não puder lutar contra as injustiças,agir com dignidade

Deixar de me irritar com as pequenas coisas

Compreender que os outros também têm suas limitações

Senhor se eu não souber aceitar a tua vontade acima da minha própria vontade

Então, não permita que eu condene as guerras e ore pela paz

Não aceita a oferta que eu te oferecer. Nem escute os meus constantes pedidos de

socorro. Mas quando vier te pedir perdão.

Oh Deus, perdoa-me por inteiro e lava meu coração no sangue da nova e eterna

aliança contigo por meio de Jesus teu filho amado. Ilumina a minha inteligência

e a minha vontade, para que eu possa viver na tua presença todas as horas do

dia e todos os dias da vida.

Amem em Jesus


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3. Leitura

 Autoridade da Doutrina Espírita

Controle Universal do Ensino dos Espíritos

                Se a doutrina espírita fosse uma concepção puramente humana, não teria

como garantia senão as luzes daquele que a tivesse concebido. Ora, ninguém neste

mundo poderia ter a pretensão de possuir, sozinho, a verdade absoluta. Se os Espíritos

que a revelaram se houvessem manifestado a apenas um homem, nada lhe

garantiria a origem, pois seria necessário crer sob palavra no que dissesse haver

recebido os seus ensinos. Admitindo-se absoluta sinceridade de sua parte,

poderia no máximo convencer as pessoas do seu meio, e poderia fazer sectários,

mas não chegaria nunca a reunir a todos.

                Deus quis que a nova revelação chegasse aos homens por um meio mais

rápido e mais autêntico. Eis porque encarregou os Espíritos de a levarem de um

pólo ao outro, manifestando-se por toda parte, sem dar a ninguém o privilégio exclusivo

de ouvir a sua palavra. Um homem pode ser enganado e pode enganar-se a si mesmo,

mas não aconteceria assim, quando milhões vêem e ouvem a mesma coisa: isto é

uma garantia para cada um e para todos. Demais, pode fazer-se desaparecer um homem,

mas não se faz desaparecerem as massas; podem-se queimar livros, mas não se podem

queimar espíritos. Ora, queimem-se todos os livros, e a fonte da doutrina não será

menos inesgotável, porque não se encontra na Terra, surge de toda parte e cada um

pode captá-la. Se faltarem homens para a propagar, haverá sempre os Espíritos,

que atingem a todos e que ninguém pode atingir.

                São realmente os próprios Espíritos que fazem a propaganda, com a ajuda

de inumeráveis médiuns, que eles despertam por toda parte. Se houvesse um intérprete

único, por mais favorecido que esse fosse, o Espiritismo estaria apenas conhecido.

Esse intérprete, por sua vez, qualquer que fosse a sua categoria, provocaria a

prevenção de muitos; não seria aceito por todas as nações. Os Espíritos, entretanto,

comunicando-se por toda parte,  a todos os povos, a todas as seitas e a todos os

partidos, são aceitos por todos. O Espiritismo não tem nacionalidade, independe

de todos os cultos particulares, não é imposto por nenhuma classe social, visto que

cada um pode receber instruções de seus parentes e amigos de além-túmulo.

Era necessário que assim fosse, para que ele pudesse conclamar todos os homens

à fraternidade, pois se não se colocasse em terreno neutro, teria mantido as dissensões,

em lugar de apaziguá-las.

                Esta universalidade do ensino dos Espíritos faz a força do Espiritismo,

e é ao mesmo tempo a causa de sua tão rápida propagação. Enquanto a voz de um

só homem, mesmo com o auxílio da imprensa, necessitaria de séculos para chegar

aos ouvidos de todos, eis que milhares de vozes se fazem ouvir simultaneamente,

em todos os pontos da Terra, para proclamar os mesmos princípios e os transmitir

aos mais ignorantes e aos mais sábios, a fim de que ninguém seja deserdado.

É uma vantagem de que não pode gozar nenhuma das doutrinas aparecidas até hoje.

Se, portanto, o Espiritismo é uma verdade, ele não teme nem a má vontade dos homens,

nem as resoluções morais, nem as transformações físicas do globo, porque nenhuma

dessas coisas pode atingir os Espíritos.

                Mas não é esta única vantagem que resulta dessa posição excepcional.

O Espiritismo ainda encontra nela uma poderosa garantia contra os cismas que poderiam

ser suscitados, quer pela ambição de alguns, quer pelas contradições de certos Espíritos.

Essas contradições são certamente um escolho, mas carregam em si mesmas o

remédio ao lado do mal.

                Sabe-se que os Espíritos, em consequência das suas diferenças de

capacidade, estão longe de possuir individualmente toda a verdade; que não é

dado a todos penetrar certos mistérios; que o seu saber é proporcional à sua depuração;

que os Espíritos vulgares não sabem mais do que os homens; que há, entre eles,

como entre estes, presunçosos e falsos sábios, que creem saber aquilo que não sabem;

sistemáticos, que tomam suas próprias ideias pela verdade; enfim, que os Espíritos

da ordem mais elevada, que são completamente desmaterializados, são os únicos

libertos das idéias e das preocupações terrenas. Mas sabe-se também que os Espíritos

embusteiros não têm escrúpulos para esconder-se atrás de nomes emprestados,

a fim de fazerem aceitar suas utopias. Disso resulta que, para tudo o que está fora

do ensino exclusivamente moral, as revelações que alguém possa obter são de

caráter individual, sem autenticidade, e devem ser consideradas como opiniões

pessoais deste ou daquele Espírito, sendo imprudência aceitá-las e propagá-las

levianamente como verdades absolutas.

                O primeiro controle é, sem contradita, o da razão, ao qual é necessário

submeter, sem exceção, tudo o que vem dos Espíritos. Toda teoria em contradição

manifesta com o bom-senso, com uma lógica rigorosa, e com os dados positivos

que possuímos, por mais respeitável que seja o nome que a assine, deve ser rejeitada

. Mas esse controle é incompleto para muitos casos, em virtude da insuficiência de

conhecimentos de certas pessoas, e da tendência de muitos, de tomarem seu

próprio juízo por único árbitro da verdade. Em tais casos, que fazem os homens

que não confiam absolutamente em si mesmos? Aconselham-se com os outros,

e a opinião da maioria lhes serve de guia. Assim deve ser no tocante ao ensino

dos Espíritos, que nos fornecem por si mesmos os meios de controle.

  A concordância do ensino dos Espíritos é portanto o seu melhor controle,

mas é ainda necessário que ela se verifique em certas condições. A menos segura

de todas é quando um médium interroga por si mesmo numerosos Espíritos,

sobre uma questão duvidosa. É claro que, se ele está sob o império de uma obsessão,

ou se tem relações com um Espírito embusteiro, este Espírito pode dizer-lhe a mesma

coisa sob nomes diferentes. Não há garantia suficiente, da mesma maneira,

na concordância que se possa obter pelos médiuns de um mesmo centro,

porque eles podem sofrer a mesma influência.

A única garantia segura do ensino dos Espíritos está na concordância

das revelações feitas espontaneamente, através de um grande número de médiuns,

estranhos uns aos outros, e em diversos lugares.

                Compreende-se que não se trata aqui de comunicações relativas a interesses

secundários, mas das que se referem aos próprios princípios da doutrina.

A experiência prova que, quando um novo princípio deve ser revelado, ensinado

espontaneamente, ao mesmo tempo, em diferentes lugares, e de maneira idêntica, senão na forma,

pelo menos quanto ao fundo. Se, portanto, apraz a um Espírito formular um sistema

excêntrico, baseado em suas próprias ideias e fora da verdade, pode-se estar certo de esse sistema ficará circunscrito, e cairá diante da unanimidade das instruções dadas por toda parte, como já

mostraram numerosos exemplos. É esta unanimidade que tem posto abaixo todos

os sistemas parciais surgidos na origem do Espiritismo, quando cada qual explicava

os fenômenos do mundo visível com o mundo invisível.

                Esta é a base em que nos apoiamos, para formular um princípio da doutrina.

Não é por concordar ele com as nossas ideias, que o damos como verdadeiro.

Não nos colocamos, absolutamente, como árbitro supremo da verdade, e não dizemos

a ninguém: “Crede em tal coisa, porque nós vo-la dizemos”. Nossa opinião não é,

aos nossos próprios olhos, mais do que uma opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa,

porque não somos mais infalíveis do que os outros. E não é também porque um

princípio nos foi ensinado que o consideramos verdadeiro, mas porque ele recebeu

a sanção da concordância.

                Nossa posição, recebendo as comunicações de cerca de mil centros espíritas

sérios, espalhados pelos mais diversos pontos do globo, estamos em condições

de ver quais os princípios sobre que essa concordância se estabelece. É esta

observação que nos tem guiado até hoje, e é igualmente ela que nos guiará,

através dos novos campos que o Espiritismo está convocado a explorar. E assim que,

estudando atentamente as comunicações recebidas de diversos lugares, tanto da

França como do exterior, reconhecemos, pela natureza toda especial das revelações,

que há uma tendência para entrar numa nova via, e que chegou o momento de se

dar um passo à frente. Essas revelações, formuladas às vezes com palavras veladas,

passaram quase sempre despercebidas para muitos daqueles que as obtiveram,

e muitos outros acreditaram tê-las recebido sozinhos. Tomadas isoladamente,

elas seriam para nós sem valor; somente a coincidência lhes confere gravidade.

Depois, quando chega o momento de publicá-las, cada um se lembrará de haver

recebido instruções no mesmo sentido. É esse o movimento geral que observamos

e estudamos, com a assistência dos nossos guias espirituais, e que nos ajuda a

avaliar a oportunidade de fazermos uma coisa ou de nos abstermos.

 Esse controle universal é uma garantia para a unidade futura do Espiritismo,

e anulará todas as teorias contraditórias. É nele que, no futuro, se procurará criterium da verdade. O que determinou o sucesso da doutrina formulada no Livro dos Médiuns, foi que, por toda parte, cada qual pode receber, diretamente dos Espíritos, a confirmação

do que eles afirmavam. Se, de todas as partes, os Espíritos os contradissessem,

esses livros teriam, após tão longo tempo, sofrido a sorte de todas as concepções fantásticas

. O apoio mesmo da imprensa não os teria salvado do naufrágio, enquanto que,

privados desse apoio, não deixaram de fazer rapidamente o seu caminho,

porque tiveram o dos Espíritos, cuja boa vontade compensou, com vantagem,

a má vontade dos homens. Assim acontecerá com todas as idéias manadas dos

Espíritos ou dos homens, que puderem suportar a prova desse controle, cujo poder

ninguém pode contestar.

Suponhamos, portanto, que alguns Espíritos queiram ditar, com qualquer título,

um livro de sentido contrário; suponhamos mesmo que, com intenção hostil, e com o fim de desacreditar a doutrina, a malevolência suscitasse comunicações apócrifas. Que influência poderia ter esses escritos, se eles são desmentidos de todos os lados pelos Espíritos? É da adesão desses últimos que se precisa assegurar, antes de lançar um sistema em seu nome. Do sistema de um só ao sistema de todos, há a distância da unidade ao infinito. Que podem, mesmo, todos os argumentos dos detratores contra a opinião das massas, quando milhões de vozes amigas, vindas do espaço, chegam de todas as partes do Universo, e no seio de cada família os repelem vivamente? A experiência já não confirmou a teoria, no tocante a este assunto? Que foi feito de todas essas publicações que deviam, segundo afirmavam, destruir o Espiritismo? Qual delas conseguiu, pelo menos, deter-lhe a marcha? Até hoje não se havia consideração à questão desse ponto de vista, sem dúvida um dos mais graves: cada um contou consigo mesmo, sem contar com os Espíritos.

O princípio da concordância é ainda uma garantia contra as alterações que em proveito

próprio, pretendessem introduzir no Espiritismo as seitas que dele quisessem apoderar-se,

acomodando-o à sua maneira. Quem quer que tente fazê-lo desviar de seu fim providencial

fracassaria, pela bem simples razão de que os Espíritos, através da universalidade dos

seus ensinos, farão cair toda modificação que se afaste da

verdade.Resulta de tudo isto uma verdade capital: é que quem desejasse atravessar-se na

corrente de idéias estabelecida e sancionada, poderia provocar uma pequena perturbação

local e momentânea, mas jamais dominar o conjunto, mesmo no presente, quanto

menos no futuro.

E resulta mais, que as instruções dadas pelos Espíritos, sobre os pontos da doutrina ainda

não esclarecidos, não teriam força de lei, enquanto permanecessem isolados, só devendo,

por conseguinte, ser aceitas sob todas as reservas, a título de informações. Daí a necessidade da maior prudência na sua publicação, e no caso de julgar-seque devem ser publicadas, só devem ser apresentadas como opiniões individuais,

mais ou menos prováveis, mas tendo, em todo o caso, necessidade de confirmação.

È esta confirmação que se deve esperar, antes de apresentar um princípio como

verdade absoluta, se não se quiser ser acusado de leviandade ou de credulidade irrefletida.

  Os Espíritos Superiores procedem, nas suas revelações, com extrema prudência.

Só abordam as grandes questões da doutrina de maneira gradual, á medida que

a inteligência se torna apta a compreender as verdades de uma ordem mais elevada,

e que as circunstâncias são propícias para a emissão de uma idéia nova. Eis porque,

desde o começo, eles não disseram tudo, e nem o disseram até agora, não cedendo

jamais á impaciência de pessoas muito apressadas, que desejam colher os frutos antes

de amadurecerem. Seria, pois, inútil, querer antecipar o tempo marcado pela Providência

para cada coisa porque então os Espíritos verdadeiramente sérios recusam-se positivamente a ajudar. Os Espíritos levianos, porém, pouco se incomodando com a verdade, a tudo respondem. É por essa razão que, sobre todas as questões prematuras, há sempre respostas contraditórias.

                Os princípios acima não são o resultado de uma teoria pessoal, mas a forçosa

consequência das condições em que os Espíritos se manifestam. È evidente que,

se um Espírito diz uma coisa num lugar, enquanto milhões dizem o contrário por toda parte

, a presunção de verdade não pode estar com aquele que ficou só, e nem se aproximar

da sua opinião, pois pretender que um só tenha razão, contra todos, seria tão ilógico de

parte de um Espírito como de parte dos homens. Os Espíritos verdadeiramente sábios, quando não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão, não a resolvem jamais de maneira absoluta. Declaram tratar do assunto de acordo com a sua opinião pessoal, e aconselham esperar-se a confirmação.

                Por maior, mais bela e justa que seja uma idéia, é impossível que reúna, desde o

princípio, todas as opiniões. Os conflitos de que dela resultam são a consequência inevitável

do movimento que se processa, e são mesmo necessários, para melhor fazer ressaltar a verdade, È também útil que eles surjam no começo, para que as idéias falsas sejam mais rapidamente desgastadas. Os espíritas que revelam alguns temores devem ficar tranqüilos. Todas as pretensões isoladas cairão, pela força mesma das coisas, diante do grande e poderoso critério do controle universal.

                Não será pela opinião de um homem que se produzirá a união, mas pela

unanimidade da voz dos Espíritos. Não será um homem, e muito menos nós que qualquer

outro, que fundará a ortodoxia espírita. Nem será tampouco um Espírito, vindo impor-se

a quem quer que seja. È a universalidade dos Espíritos, comunicando-se sobre toda a Terra, por ordem de Deus. Este é o caráter essencial da doutrina espírita, nisto está a sua força e a sua autoridade. Deus quis que a sua lei fosse assentada sobre uma base inabalável, e foi por isso que não a fez repousar sobre a cabeça frágil de um só.

                È diante desse poderoso areópago, que nem conhece o conluio, nem as

rivalidades ciumentas, nem o sectarismo, nem as divisões nacionais,  que virão quebrar-se

todas as oposições, todas as ambições, todas as pretensões à supremacia individual,

que nos quebraríamos nós mesmos, se quiséssemos substituir esses decretos soberanos por nossas próprias idéias. Será ele somente que resolverá todas  as questões litigiosas, que fará calar as dissidências

e dará falta ou razão a quem de direito. Diante desse grandioso acordo de todas as

vozes do céu, que pode a opinião de um homem ou de um Espírito? Menos que uma

gota d’água que se perde no oceano, menos que a voz de uma criança abafada pela

tempestade.

                A opinião universal, eis portanto o juiz supremo, aquele que pronuncia em última

instância. Ela se forma de todas as opiniões individuais. Se uma delas é verdadeira,

tem na balança o seu peso relativo; se uma é falsa, não pode sobrepujar as outras.

Nesse imenso concurso, as individualidades desaparecem, e eis aí um novo revés para

o orgulho humano.

                Esse conjunto harmonioso já se esboça; portanto, este século não passará

antes que ele brilhe em todo o seu esplendor, de maneira a resolver todas as incertezas;

porque daqui para diante vozes poderosas terão recebido a missão de se fazerem ouvir,

para reunir os homens sob a mesma bandeira, uma vez que o campo esteja suficientemente

preparado. Enquanto isso, aquele que flutuar entre dois sistemas opostos poderá observar

em que sentido se forma a opinião geral: é o indício seguro do sentido em que se pronuncia

a maioria dos Espíritos, dos diversos pontos sobre os quais se comunicam;

é um sinal não menos seguro de qual dos dois sistemas predominará.


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Comentário

Controle Universal dos Espíritos

Revista Espírita, abril de 1864


Já abordamos esta questão em nosso ultimo número, a propósito de um artigo especial

– da perfeição dos seres criados. Mas ela é de tal importância, tem consequências

de tal magnitude para o futuro do Espiritismo, que julgamos dever tratá-lo de modo mais

completo.

Se a Doutrina Espírita fosse uma concepção puramente humana, não teria

como garantia senão as luzes de quem a tivesse concebida. Ora, ninguém aqui

poderia ter a pretensão fundada de possuir, ele só, a verdade absoluta.

Se os Espíritos que a revelaram se tivessem manifestado a um só homem,

nada garantiria a sua origem, pois seria preciso crer sob palavra naquele que

dissesse ter recebido seu ensino. Admitindo de sua parte uma perfeita sinceridade,

ao menos poderia convencer as pessoas de seu ambiente. Poderia ter sectários,

mas não conseguiria jamais atrair todo o mundo.

Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por uma via mais rápida

e mais autêntica. Eis por que encarregou os Espíritos de a levar de um a outro polo,

manifestando-se por toda parte, sem dar a ninguém o privilégio exclusivo de

ouvir a sua palavra. Um homem pode ser enganado, pode mesmo enganar-se.

Assim não poderia ser quando milhões de homens veem e ouvem a mesma coisa:

é uma garantia para cada um e para todos. Aliás pode fazer-se um homem desaparecer,

mas não desaparecem as massas. Podem queimar-se os livros, mas não os Espíritos.

Ora, se queimassem todos os livros, a fonte da doutrina não seria emudecida,

por isso que não está na terra: surge por toda a parte e cada um pode aproveitá-la.

Em falta de homens para a espalhar, haverá sempre Espíritos que atingem todo o

mundo e ninguém os pode atingir.

Na realidade, são os próprios Espíritos que fazem a propaganda, auxiliados por

inumeráveis médiuns que suscitam por todos os lados. Se tivessem tido um intérprete único,

por mais favorecido que fosse, o Espiritismo seria apenas conhecido.

Esse mesmo intérprete, fosse de que classe fosse, teria sido objeto de prevenções

por parte de muita gente. Nem todas as nações o teriam aceitado, ao passo que

os Espíritos se comunicam por toda a parte, a todos os povos, a todas as seitas e partidos,

sendo aceitos por todos. O Espiritismo não tem nacionalidade.

Está por fora de todos os cultos particulares, não é imposto por nenhuma

classe da sociedade, pois cada um pode receber instruções de parentes e amigos

de além túmulo. Era preciso que assim fosse, para que pudesse chamar todos os

homens à fraternidade. Se, não tivesse colocado em terreno neutro,

teria mantido dissenções, em vez de as apaziguar.

Essa universalidade do ensino dos Espíritos constitui a força do Espiritismo.

Aí, também, está a causa de sua propagação tão rápida. Ao passo que a voz

de um só homem, mesmo com o auxílio da imprensa, teria levado séculos antes

de chegar a todos os ouvidos, eis que milhares de vozes se fazem ouvir simultaneamente

em todos os pontos da terra, para proclamar os mesmos princípios, e os transmitir

aos mais ignorantes, como aos mais sábios, a fim de que ninguém fique deserdado.

É uma vantagem de que não gozou nenhuma das doutrinas até hoje aparecidas.

Se, pois, o Espiritismo é uma verdade, nem teme a má vontade dos homens,

nem as revoluções morais, nem os desmoronamentos físicos do globo,

porque nenhuma dessas coisas podem atingir os Espíritos.

Mas se não é a única vantagem resultante desta posição excepcional,

o Espiritismo aí encontra uma onipotente garantia contra os cismas que poderiam suscitar,

pela ambição de uns, ou pelas contradições de certos Espíritas.

Seguramente essas contradições são com escolho, mas que leva em si o remédio

ao lado do mal.

Sabe-se que os Espíritos, por força da diferença existente em suas capacidades,

estão longe de estar individualmente na posse de toda a verdade; que nem a

todos é dado penetrar certos mistérios; que seu saber é proporcional à sua depuração;

que os Espíritos vulgares não sabem mais que os homens e até menos que certos homens;

que entre eles, como entre estes, há presunçosos e pseudossábios, que creem saber

o que não sabem, sistemáticos que tomam suas verdades; enfim, que os Espíritos

de ordem mais elevada, os que estão completamente desmaterializados,

são os únicos despojados das idéias e preconceitos terrenos. Mas sabe-se, também,

que os Espíritos enganadores não tem escrúpulo em esconder-se sob

nomes de empréstimo, para fazerem aceitas as suas utopias. Disso resulta que,

para tudo quanto esteja fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que

cada um pode obter tem um caráter individual sem autenticidade.

Que devem ser consideradas como opinião pessoais de tal ou qual Espírito,

e que seria imprudente aceitá-las e promulgá-las levianamente como verdades absolutas.

O primeiro controle é, sem sombra de dúvida, o da razão, à qual é preciso submeter,

sem exceção, tudo quanto vem dos Espíritos. Toda teoria em manifesta contradição

com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possuem,

por mais respeitável que seja a sua assinatura, deve ser rejeitada.

Mas esse controle é incompleto em muitos casos, por força da insuficiência das

luzes de certas pessoas e da tendência de muitos a tomar seu próprio julgamento

por único árbitro da verdade. Em tal caso, que fazem os homens que não tem

absoluta confiança em si próprios? Seguem a opinião do maior número e a

opinião da maioria é o seu guia. Assim deve ser a respeito do ensino dos Espíritos,

que nos fornecem, eles próprios, os seus meios.

A concordância no ensino dos Espíritos é, pois, o melhor controle, mas ainda é preciso

que ocorra em certas condições. A menos segura de todas é quando um médium interroga,

ele próprio, a vários Espíritos sobre um ponto duvidoso. É evidente que se estiver

sob o império de uma obsessão e se tratar com um Espírito enganador, este lhe pode

dizer a mesma coisa com nomes diversos. Também não há garantia suficiente

na conformidade obtida pelo médiuns de um mesmo centro, pois podem sofrer

a mesma influência. A única séria garantia está na concordância que exista

entre as revelações espontâneas, feitas por grande número de médiuns estranhos

uns aos outros e em diversas regiões. Compreende-se que aqui não se

trata de comunicações relativas a interesses secundários, mas do que se liga aos

princípios da mesmos da doutrina.

Prova a experiência que quando um princípio novo deve ter a sua solução,

é ensinado espontaneamente em diversos ponto ao mesmo tempo e de maneira,

senão na forma, ao menos no fundo. Se, pois, a um Espírito agrada formular

um sistema excêntrico, baseado em suas próprias ideias e fora da verdade,

podemos estar certos que o sistema ficará circunscrito e cairá ante a humanidade

das instruções dadas por toda a parte, como já houve vários exemplos.

É essa unanimidade que faz caírem todos os sistemas parciais, nascidos na

origem do Espiritismo, quando cada um explicava os fenômenos à sua maneira

e antes que fossem conhecidas as leis que regem as relações entre o mundo visível e o invisível.

Tal a base em que nos apoiamos quando formulamos um princípio da doutrina.

Não o damos como verdadeiro por ser conforme as nossas ideias;

não nos colocamos absolutamente como árbitro supremo da verdade e a ninguém dizemos:

"Crede nisto porque o dizemos". Nossa opinião, aos nossos olhos, não passa de

opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa, desde que não somos mais

infalível que qualquer outro. Também não é porque um princípio nos é ensinado

que para nós é a verdade, mas porque recebeu a sanção da concordância.

Esse controle universal é uma garantia para a futura unidade do Espiritismo e anulará

todas as teorias contraditórias. É aí que, no futuro, será procurado o critério da verdade.

O que fez o sucesso da doutrina formulada no Livro dos Espíritos e no Livro dos Médiuns

é que por toda parte cada um pode receber dos Espíritos, diretamente, a confirmação

do que eles encerram. Se, de todos os lados, os Espíritos tivessem vindo contradize-los,

de há muito esses livros teriam tido a sorte de todas as concepções fantásticas.

O próprio apoio da imprensa não os teria salvo do naufrágio, ao passo que,

privados desse apoio, nem por isto deixaram de fazer um caminho rápido,

porque tiveram o dos Espíritos, cuja boa vontade compensou com sobra a má

vontade dos homens. Assim será com todas as ideias emanadas dos Espíritos

ou dos homens que não puderem suportar a prova do controle, cujo poder ninguém

poderá contestar.

Suponhamos, pois, que apraza a certos Espíritos ditar, sob um título qualquer,

um livro em sentido contrário. Suponhamos mesmo que, numa intenção hostil,

e visando desacreditar a doutrina, a malevolência suscitasse comunicações apócrifas.

Que influência poderiam ter esses escritos, se são desmentidos de todos os lados

pelos Espíritos? É da adesão destes últimos que seria necessário assegurar-se, antes de lançar um sistema em seu nome. Do sistema de um só ao de todos há uma

distância da unidade ao infinito. Que podem mesmo todos os argumentos

dos detratores sobre a opinião das massas, quando milhão de vozes amigas,

partidas do espaço, vem de todos os pontos do globo e no seio de cada família,

os bater na brecha? Sob esse ponto a experiência já não confirmou a teoria?

Em que se tornaram todas as publicações que se diziam vir aniquilar o Espiritismo?

Qual a que lhe deteve a marcha? Até hoje a questão não tinha sido encarada sob

este ponto de vista, sem dúvida um dos mais sérios. Cada um contou consigo,

mas não com os Espíritos.

Ressalta de tudo isto uma verdade capital: é que quem quer que quisesse

atravessar-se contra a corrente das ideias estabelecidas e sancionadas,

poderia bem causar uma pequena perturbação local e momentânea,

mas nunca dominar o conjunto, mesmo no presente e, ainda menos, no futuro.

Ressalta, ainda, que as instruções dadas pelos Espíritos sobre pontos da doutrina

ainda não elucidados, não poderia constituir lei, enquanto ficassem isoladas.

Consequentemente, não devem ser aceitas senão com todas as reservas

e a título de informação.

Daí a necessidade de dar à sua publicação a maior prudência. E, no caso se

julgasse dever publicá-las, importa não as apresentar senão como opiniões individuais,

mais ou menos prováveis, mas tendo, em todo o caso, necessidade de confirmação.

É essa confirmação que se deve esperar, antes de apresentar um princípio

como verdade absoluta, se não quiser ser acusado de leviandade

ou de irrefletida credulidade.

Em suas revelações, os Espíritos superiores procedem com extrema sabedoria.

Só gradativamente abordam as grandes questões da doutrina, à medida que

a inteligência se torna apta a compreender verdades de uma ordem mais elevada,

e que circunstâncias propícias para a emissão de uma ideia nova. Eis porque,

desde o começo, não disseram tudo e ainda hoje não o disseram,

jamais cedendo à impaciência de criaturas muito apressadas, que querem colher

os frutos antes de sua maturidade. Seria, pois, supérfluo querer precipitar o tempo

marcado a cada coisa pela Providência, porque então os Espíritos realmente

sérios positivamente recusam o seu concurso; mas os Espíritos levianos,

pouco se incomodando com a verdade, a tudo respondem. É por isso que,

sobre todas as questões prematuras, sempre há respostas contraditórias.

Os princípios acima não são fruto de uma teoria pessoal, mas a consequência forçosa

das condições em que se manifestam os Espíritos. É evidente que se um Espírito

diz uma coisa de um lado, enquanto milhões dizem o contrário alhures,

a presunção de verdade não pode estar com aquele que é o único ou mais ou menos

de sua opinião. Ora, pretender ser o único a ter razão contra todos seria tão ilógico

da parte de um Espírito quanto da parte de um homem. Os Espíritos

verdadeiramente sábios, se não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão,

jamais a resolvem de maneira absoluta. Declaram não a tratar senão de seu ponto de vista,

e aconselham mesmo a esperar-se a sua confirmação.

Por mais bela, justa e grande que seja uma Edéia, é impossível que, desde o começo,

alie todas as opiniões. Os conflitos daí resultantes são consequência inevitável

do movimento que se opera. São mesmo necessários para melhor destacar a verdade,

e é útil que ocorram no começo, para que as ideias falsas sejam mais

prontamente desgastadas. Os espíritas que concebessem alguns temores devem,

pois, ficar perfeitamente seguros. Todas as pretensões isoladas cairão pela força das coisas,

ante o grande e poderoso critério de controle universal. Não é à opinião de um

homem que se aliarão, é a voz unânime dos Espíritos. Não é um homem, nem nós

mais que outro, que fundará a ortodoxia espírita; também não é um Espírito vindo

impor-se a quem quer que seja: é a universalidade dos Espíritos, comunicando-se

em toda a terra, por ordem de Deus. Aí está o caráter essencial da doutrina espírita.

Aí está a sua força e a sua autoridade. Deus quis que a sua lei se assentasse

numa base inabalável, e, por isso, não a assentou sobre a cabeça frágil de um só.

É perante esse poderoso areópago, que nem conhece grupelhos, nem as

rivalidades invejosas, nem seitas ou nações, que virão quebrar-se todas as oposições,

todas as ambições, todas as pretensões à supremacia individual; que nós

mesmos nos quebraríamos se quiséssemos substituir os seus soberanos

desígnios por nossas próprias idéias; ele é o único que resolverá todas as questões litigiosas,

que fará calarem-se as dissidências e dará ou não razão a quem de direito.

Ante esse imponente acordo de todas as vozes do céu, que pode a opinião de um

homem ou de um Espírito? Menos que a gota d’água que se perde no oceano,

menos que a voz da criança, abafada pela tempestade.

A opinião universal, eis, então, o juiz supremo, o que se pronuncia em última instância.

Ela se forma de todas as opiniões individuais. Se uma delas for verdadeira,

terá apenas o seu peso relativo na balança. Se for falsa, não pode triunfar

sobre todas as outras. Neste imenso concurso os indivíduos se apagam,

e aí está um novo cheque para o orgulho humano.

Esse conjunto harmonioso já se desenha. Ora, este século não passará

sem que resplandeça em todo o seu brilho, de maneira a fixar todas as incertezas.

Porque, daqui para a frente vozes poderosas terão recebido a missão de se fazer

ouvir para aliar os homens sob a mesma bandeira, desde que o campo seja

suficientemente trabalhado. Enquanto espera, aquele que flutuasse entre

dois sistemas opostos, pode observar em que sentido se forma a opinião geral;

é o índice certo do sentido no qual se pronuncia a maioria dos Espíritos sobre

os diversos pontos em que se comunicam. É um sinal não menos certo de qual

dos dois sistemas triunfará.




Mensagem


Senhor ilumina todos os lares, hospitais, Hospícios, cadeias e todo Universo de

necessitados

Pai celestial, que habitais o meu interior, impregna com a Tua Luz vital cada

célula de meu corpo, expulsando todos os males, pois estes não fazem parte de

meu ser. Na minha verdadeira realidade, como filho de Deus perfeito que sou, não

existe doença; por isso que se afaste de mim todo o mal, todos os bacilos,

micróbios, vírus, bactérias e vermes nocivos, para que a perfeição se expresse

no meu corpo, que é templo de Divindade.

Pai teu Divino filho Jesus disse: pedi e recebereis, porque todo aquele que pede

recebe, portanto, tenho absoluta certeza de que a minha oração da cura já é a

própria cura. Para mim agora, só existe esta verdade: a cura total. Mesmo que a

imagem do mal permaneça por algum tempo no meu corpo, só existe em mim

agora a imagem mental da cura e a verdade da minha saúde perfeita.

Todas as energias curadoras existentes em mim estão atuando intensamente, como

um exército poderoso e irresistível, visando os inimigos, fortalecendo as

posições enfraquecidas, reconstruindo as partes demolidas, regenerando todo o

meu corpo.

Sei que é o poder de Deus agindo em mim e realizando o milagre maravilhoso da

cura perfeita.

Esta é a minha verdade mental. Esta portanto é a verdade do meu corpo.

Agradeço-te, oh! pai, porque Tu ouvistes a minha oração.

Dou-te graças, com toda alegria e com todas as forças interiores porque tua

vontade de perfeição e saúde aconteceram em mim, em resposta ao meu pedido.

Assim é e assim será.

Um fraternal abraço, e a nossa vibração com a certeza de que a Paz se fará em

seu mundo íntimo.


Prece de Encerramento

Deus eterna Bondade


"Deus de eterna bondade, em prece de louvor entrego-te minha alma,

sê bendito meu pai em todos os recursos, ferramentas, processos e medidas dos quais

te utilizasses à fim de que eu perceba que tudo devo à ti.

Agradeço-te pois o tesouro da vida,

a presença do amor,

a constância do tempo,

o sustento da fé,

o calor da esperança que me acena o porvir,

o santo privilégio de servir,

o pensamento reto que me faz discernir o que é mau e o que é bem, na clara obrigação de nunca desprezar ou de ferir alguém ...

Agradeço-te ainda, a visão das estrelas à esmaltarem de glória o lar celeste,

as flores do caminho,

os braços que me amparam e os gestos de carinho dos corações queridos que me deste.

Por tudo te agradeço e QUANDO te aprouver despojar-me dos bens com que me exaltas ... ensina-me senhor à devolver tudo o que me emprestas-te ...

Mas por piedade ó pai , deixa-me em tudo por apoio e dever , a benção de ACEITAR

e o dom de COMPREENDER. " -


Momento da Fluidificação das águas (bênçãos).


Postado por Santo Andre Expansão às Segunda-feira, Agosto,05, 2013Santo André Expansão Evangelizadora do Lar

Portugal, para: A Europa e o Mundo.

Por uma Humanidade mais Cristã!


Victor Passos

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